Wednesday, September 29, 2004

O Estado dos Compadrios e das Teorias da Conspiração

Fonte não confirmada e sem veracidade confirmada, mas como gosto de uma boa conspiração, cá publico o que me caíu no mail um dia destes:

«Trata-se da Compta, cujo presidente é o meu amigo Vitor Magalhães, pelo que sei o que se passa. Em primeiro lugar o Vitor é padrinho do filho mais velho do Bagão Felix. Em segundo lugar, o anterior ministro encomendou o programa e testou-o, tendo verificado que funcionava muito bem. Em terceiro lugar, a nova ministra resolveu mudar a matriz inicial 3 dias antes do arranque do concurso, sabem o que ela quis alterar? Criou um código especial, que desde o momento que fosse anexado a um professor, automáticamente ser-lhe-ia atribuida a escola da 1ª preferência. Um espécie de cunha informática, percebem? Só que a alteração à última hora deu cabo do algorritmo central e bye, bye programa. Os comentadores deste forúm apelaram para que eu dissesse algo mais acerca da negociata Compta/PSDPP, mas pouco mais se pode acrescentar, excepto:
- Verifiquem as colocações da Escola EB 2+3 da Murtosa.
-Verifiquem as colocações da Escola Secundária Rodrigues de Freitas no Porto.
-Verifiquem as colocações na escola Renato Amorim em Setubal.
Ou então, verifiquem os pagamento no valor de 325.652,00 à Compta em Maio de 2004, mais um pagamento de 658.321,00 em Julho de 2004, e mais aberrante ainda, o pagamento da última tranche do contrato de desenvolvimento de 987.325,00 no dia 20 (VINTE) de Setembro de 2004. Mais informo que o contrato de assitência no valor de 250.000,00 euros anuais tem a duração de 15 anos. Para terminar, informo V. Exªs que o David Justino tem uma participação de 30 por cento na Compta através da holding 'International financial investiments PLC' com sede nas ilhas Cayman.»

Monday, September 27, 2004

O Estado das Fobias

Um qualquer estudo, de cariz científico, concluiu que o maior medo da maioria das pessoas não é o medo da morte. Esse aparece em segundo lugar. O maior medo é o de falar em público.

Concluí-se assim facilmente que, num funeral, a maioria das pessoas preferiria estar no caixão a fazer o elogio fúnebre.

Sunday, September 26, 2004

O Estado da Indefinição Política

Há dias, uma bendita alma iluminada, com o seu candelabro de sapiência, apontou-me o caminho. Um verdadeiro momento zen. Vai daí e começo eu a meditar, consciencializando-me das minhas limitações e mediocridade. Homem que é homem tem orientação política e eu não consigo encontrar a minha. Pensei já ter sido bloquista e afinal fui rotulado de fascista.
Não vejo a política em termos de partidos, considero uma visão redutora. Vejo a política como um círculo em que os extremos absolutistas e ditatoriais se unem. Genericamente, não vejo uma diferença entre um Lenine e um Franco, nem entre um Castro e um Mussolini. Curiosamente, já vejo entre um Portas e um Carvalhas. O primeiro é um péssimo exemplar da comunidade gay, com fetiches de monstruosidade fálica, o segundo um parolo com ar de comuna e discurso sindicalista que é no entanto um grande capitalista de Viseu. Não me revejo em nenhuma das duas doutrinas apregoadas. A trilogia Deus, Pátria e Família diz-me tanto como isto: sou um ateu com pais católicos, cidadão do mundo envergonhado com a vizinhança do território onde nasceu. No último jantar anual do bacalhau cozido com todos (24 de Dezembro), pretexto de reunião familiar, éramos 3 almas à mesa. Na outra extremidade, o marxismo também não me convence nem um bocadinho. Não sou dado a utopias nem a contos românticos de final feliz com uma pitada de justiça social. Prefiro aqueles em que o artista morre e a mulher casa com o cavalo.
No que toca às doutrinas moderadas e centristas, o exemplo português confunde-me e tolda-me o juízo. Não vejo uma diferença entre Santana Lopes e José Sócrates. Vejo semelhanças: o show-off, o objectivo eleitoralista, a incompetência, a corrupção, as influências, quiça a maçonaria, os interesses, a cobardia, a demagogia e a estupidez em estado sólido. As políticas sem estratégia de PSD e PS fundem-se e possuem apenas ligeiras ramificações divergentes no sentido, convergentes na negatividade: uns abrem o fosso entre ricos e pobres, outros destroem as contas do Estado. De positivo, nada a registar. Compreendo que não haja orçamento possível e que os portugueses tenham grande quota parte de culpa na falta de produtividade nacional, fruto da sua cultura, ou melhor, da falta dela. Mas também compreendo que a evasão fiscal e a economia paralela não são combatidas por próprio interesse dos actores políticos e por falta de coragem face à chantagem capitalista de parir o caos social com o desemprego em massa. As medidas pequeninas como aumentar o IVA, acabar com os PP's (Plano Poupança - não confundir com populistas, nesse caso a medida seria veemente aplaudida), acabar com as bonificações à habitação, são punhados de areia atirados ao olhos ladeados de palas.
Não sou anarquista, acredito na necessidade de regras em sociedade. Mas sou liberal. Talvez um capitalista moderado, mas não usurpador e exageradamente globalizante. Acredito na liberdade de opção e expressão. Acredito que devo ter o monopólio do meu quadrado de liberdade, enquanto não esbarre no quadrado de liberdade de outro. Acredito que não possa ser multado por conduzir sem cinto, acredito que não posso ser incomodado por fumar um charro na minha esfera, acredito que posso solicitar a minha eutanásia ou promover o meu exclusivo aborto. Acredito na educação dos povos. Acredito na coragem política de tomar medidas necessárias para criar uma cultura. Acredito que Portugal teve uma democracia sem o povo estar social e culturalmente preparado para ela. Não acredito na vontade das massas, se as massas são um bando de primatas, e as políticas estão orientadas para o seu sufrágio. Acredito na democracia num povo culto e exemplifico com o contexto nórdico. Acredito na Constituição e na igualdade de oportunidades. Acredito na justiça (não nesta que temos). Acredito na compaixão. Não acredito na imposição, na corrupção e na cobardia.

Termino como comecei. Não encontro compatibilidade suficiente para a filiação. Deixemos tudo com está, na base da independência. Sou um estrangeiro em terra própria.

Friday, September 24, 2004

O Estado do Segredo de Justiça

É só escolher:

Gravações audio das famosas cassetes do jornalista do Correio da Manhã aqui
Resumo escrito do mesmo conteúdo publicado no Independente aqui
Depoimento de Ferro Rodrigues prestadas ao DIAP aqui

Tá tudo dito sobre o tema.

Thursday, September 23, 2004

O Estado do F.C. Porto

4 jogos seguidos, 4 empates. Ninguém nos ganha, carago!! (Há que ver o lado positivo na coisa)

Mais friamente, é pouco para um campeão europeu, é muito pouco para uma organização com a cultura, a tradição, a mística, a força dos dragões. Reparem que ninguém fala do Sporting, que já tem 2 derrotas na Superliga. É natural. Mas dos empates do FC Porto é natural que a imprensa e o público venham cobrar. É o chamado estatuto de campeão.

Vamos para a frente, é vergonhoso que a única vitória seja frente ao Benfica, o que convenhamos, não é proeza nenhuma.

O Estado da Ministra da Educação

A malta bem tinha avisado que ia dar raia entregar a pasta da Educação à ilustre Maria do Carmo Seabra. A única ligação que se lhe conhecia à Educação era a de comprar os livros da 3ª e 4ª classe para os putos na livraria lá da zona.
Certo que herdou um problema complicado. O governo anterior adjudicou a implementação de um sistema informático para gestão das colocações de professores a uma empresa de consultoria, muito coincidentemente pertencente a um militante do PSD. Os incompetentes engravatados, altos directores do ministério, fizeram o resto do péssimo trabalho no levantamento de processos e necessidades. Conclusão, o sistema faz tudo: dá as horas, a temperatura, o alerta para tirar cafés, só não coloca professores!
Contudo, a ministra da Educação, com o seu ar de meio-sal, cometeu, numa semana, todas as argoladas possíveis: abençoou convictamente o caos que herdou; prometeu e não cumpriu; desdisse as afirmações do primeiro-ministro; voltou a prometer em directo na RTP, no programa da Maria Elisa, para voltar a não cumprir. Um autêntico recorde nacional da especialidade.

Wednesday, September 22, 2004

O Estado dos Planos de Integração e Acolhimento

Acho o conceito óptimo. Há dois meses a exercer funções nos Recursos Humanos de um grupo hoteleiro, chegou a hora de conhecer a realidade das operações e passar uma semana a exercer todas as funções, num contexto de formação, em alguns restaurantes. Considero essencial conseguir compreender as especificidades do negócio e captar as diferentes percepções dos diferentes colaboradores.

Assim, hoje fiz um turno de 8 horas numa cozinha com 40º. Fritei 30 kilos de batatas (450g durante 2'45'' no óleo) e cozi cerca de 300 baguetes (16' em forno a 180º), para além da limpeza da cozinha! Amanhã faço o turno da noite. A rapaziada fica toda contente quando aparece um "Dr." para fazer o «trabalho de preto» nos planos de integração e acolhimento!

Dasseee...

Monday, September 20, 2004

O Estado da Fidelidade Conjugal

A propósito de uma reportagem que vi algures sobre a infidelidade conjugal, quero endereçar aqui um bem haja ao Tribunal da Relação de Coimbra, pelo fantástico Acordão datado de 1989 (i.e. há apenas 15 anos), no qual realço a seguinte transcrição:

«A fidelidade conjugal é um valor nobre associado à moral e aos bons costumes que deve ser respeitado. Contudo, não tem um carácter obrigatório em Portugal»

Tá dito. É tal e qual o pagamento de impostos.

Saturday, September 18, 2004

O Estado do Falso Moralismo

Viseu. Séc. XXI. Perdão: Vixeu, Xéc. XXI. A PSP ordenou a uma livraria que retirasse da sua montra um livro de Alvarez Rabo, denominado «As Mulheres Não Gostam de Foder», como aqui se explica. O fundamento legal foi uma Lei de 1976. Não acredito no argumento que fere a susceptibilidade do povo, que é imoral. Nao pagar impostos, cuscar a vida do vizinho e agentes da PSP a enfardar a torto e a direito em quem vai parar na esquadra, isso não é imoral. Imoral é a palavra foder. Não engulo. Isso é o príncipio do falso moralismo.
Cá para mim a atitude do Sr. Simões de Almeida, comandante da esquadra, tem um cariz mais pessoal, que se traduz numa realidade dolorosa e de uma conflituidade interna extrema. Das duas uma: ou a esposa não gosta mesmo, e o lembrete por si é doloroso, ou então gosta demais, em camas variadas, o que não lhe atenua a dor nem um bocadinho. Trabalhar por turnos é complicado, Sr. Comandante.

O Estado do Casamento

Esposa é aquela pessoa amiga e companheira, que está sempre ali, ao seu lado, para ajudá-lo a resolver os grandes problemas que você não teria se fosse solteiro.

Tuesday, September 14, 2004

O Estado das Operações Stop

29. Vinte e nove! 29 macacos hoje de manhã à espera de julgamento no Tribunal de Pequena Instância Criminal do Porto. Mais testemunhas, advogados e família. Tudo dentro de uma sala com 20 m2, distinguiam-se os arguidos pela cara de ressaca alcoólica, herdada em alguns casos, já de sexta-feira, quando bufaram no balãozito do Sr. Agente e a coisa trepou acima dos 1,2 g/l. Ao que consta aquilo sobe por 2 tretas: ora o rapaz que se ia socorrer do meu testemunho, jurando perante Deus que é um exemplo da sociedade, um ex-colaborador e amigo de confiança, só bebeu 1 garrafa de vinho, 2 whisky's e 8 cervejitas, e não é que o balão vai ditar 1,58 g/l? Não há direito, um absurdo... Quando à pena que vai cumprir não sei, mas já cumpriu pelo menos metade: convocado para as 09h da manhã, conseguiu o adiamento por volta das 12:30. Cumpriu ele e cumpri eu que nem sequer saí no fim de semana! É que a PSP esqueceu-se de enviar os Autos para o Tribunal e o Sr. Dr. Juíz esteve a ler o jornal até à sua chegada, por volta das 11:30! Dizia ele, pasme-se, que não era fácil julgar sem saber o quê, e era capaz de denegrir um pouquinho a imagem da cega Justiça perguntar ao arguido do que é acusado.

Enfim, tiro apenas por conclusão que há por aí negócio por agarrar: roulottes de cachorros durante o fim de semana à porta da Esquadra da Belavista, e quiosquezito de café e jornal à segunda de manhã na Rua João das Regras.

Sunday, September 12, 2004

O Estado do Destino

Quem me conhece sabe que sou um ser céptico, empírico e de natureza lógica. Ateu em termos religiosos, descrente em termos esotéricos, incrédulo em termos místicos. É uma existência pouco pacífica, alheada das vantagens mentalmente reconfortantes da fé, mas coerente na minha visão de vida e morte.

Há dias ouvi num café uma discussão, entre um grupo de amigos, acerca do destino e do facto de este estar ou não superior e previamente traçado para cada um de nós. Os argumentos debatiam-se, qual "Vidas Reais". Obviamente não intervi em tão superior tertúlia, mas queria aproveitar para opinar neste espaço e escrever algo de inteligente pela primeira vez neste blog.

O destino é obviamente construído por cada um de nós no dia a dia. Esta é a opinião esperada de qualquer céptico. Contudo, mais do que isso, acredito que, na sua essência, a vida resume-se a 5 ou 6 dias. Dias esses em que tomamos decisões, conscientes ou nem por isso, que afectarão todo o restante percurso. Os restantes dias mais não são do que um misto de acarretar consequências dessas decisões e passar de tempo. Aposto que com um pouco de introspecção todos nós olhamos para trás e conseguimos distinguir alguns desses dias.

Friday, September 10, 2004

O Estado das Idades

Ontem à tarde, no âmbito da medicina no trabalho, fui a uma consulta médica. Quem me atendeu era uma senhora doutora na casa dos 40 anos. Algures durante a consulta, ocorreu o seguinte diálogo que transcrevo:

Médica - «Fuma?»
Eu - «Quase um maço por dia.»
Médica - «Tem de deixar. Bebe álcool?»
Eu - «Só em ocasiões sociais.»
Médica - «Sente problemas de estômago ou de digestão?»
Eu - «Não… apesar que sinto que já não processo tão bem uma refeição farta ou os tais copos sociais. No dia a seguir já acuso, coisa que há uns anos não. Deve ser da idade…»
Médica - «Idade? Aos 28 anos? Está a gozar comigo?»

À noite fui anfitrião de um jantar de amigos: Gin Tónico, Quinta do Cotto 2001 e Johnie Walker Black Label, antecederam, acompanharam e finalizaram, respectivamente, um belo de um bacalhau com broa rico em azeite, alho e cebola. Deitei-me às 03:00h, hoje acordei às 07:30h. Sintomatologia: dor de cabeça, náuseas, tonturas, arrepios, sonolência.

Estou a pensar ir à médica outra vez. Por um lado, esqueci-me de referir a periodicidade das ocasiões sociais, por outro, para lhe mostrar que não estava a gozar.

Wednesday, September 01, 2004

O Estado do Valência 2-1 F.C. Porto (a pedido de muitas famílias)

Não há dúvida que, por muito dinheiro que se gaste a tentar reforçar a equipa, o Mourinho e Cª fazem falta. Não se nota garra na equipa e não há fio de jogo (pareço o Gabriel Alves!). Atenção Victor, que ainda estás no período experimental. Não te atrases.

O F.C. Porto deste ano joga pior que o Benfica do ano passado. Mas ainda joga melhor que o Benfica deste ano. O que significa que este ano, vai ser uma colheita de consumo interno apenas.