Wednesday, April 29, 2009

Sinais dos tempos

Crescemos a recalcar o facto que uma meia verdade não deixa de ser uma mentira. Ao ponto de um dia já fingirmos acreditar no inverso.

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Friday, April 24, 2009

É hoje!




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Tuesday, April 21, 2009

O que se passa com este blog?

Foi a pergunta lançada pelo Zigle no post anterior. Pois a resposta, apesar de complexa, é breve: pois não sei. Ou não sei como dizer.

Este blog nasceu quando tinha 27 anos, portanto em fase da juventude enérgica de dizer mal basicamente de tudo que mexia. Hoje não tenho força para isso. Vou escrevendo coisas soltas. às vezes com o sentimento de obrigação. Uns dias virado para o humor, outros para o plágio, e na maioria dos dias virado para coisa nenhuma.

Até aqui, nos períodos de ausência, o sócio sempre ia assumindo as rédeas, o que era uma forma das estatísticas de visitas subirem. Depois eu voltava a meter nojo e punha novamente as estatísicas no mesmo nível qualitativo deste espaço. Mas a coisa sempre foi correndo.
Quanto aos motivos do sócio, não sei. No Sábado, ele esteve lá em casa a almoçar com o seu clã. Ainda comentamos: «Vamos escrever no blog?». Rapidamente, preferimos outra garrafa de vinho.
Os meus motivos também não sei. Não é excesso de trabalho, não é falta de conteúdo ou material por onde pegar, não é por causa do puto (que, a propósito, está gordo como um Buda e é também tão santo que não dá trabalhinho nenhum). Nem é por causa do jogo, nem do vinho, nem da ganza, nem do tempo, nem do serviço de internet, nem da crise, nem da outra crise de meia idade. Ou se calhar desta última até é.

É uma fase em que não raciocinamos. Não queremos. Em que estamos dormentes. Sem que algumas fontes de motivação que eram usuais (como este blog) tenham o mesmo poder. E em que o tempo passa. Lemos, ouvimos música, estamos no nosso canto. Não raciocinamos racionalmente mas pensamos mais. Para nós. Nada com sentido tal que valha a pena ser partilhado. Por isso, falamos menos com os outros. Ficamos introspectivos, anti-sociais, bichos do mato. Perdemos a capacidade de atenção dispersa, de visão periférica, de pensamento a longo prazo, e afunilamos, focalizamos apenas num ponto e corremos atrás sempre do nosso próximo objectivo imediato, seja ele qual for. A força e energia que sentimos para mais não dá. Acomodámo-nos, ficámos preguiçosos, damos tudo como certo. Em que devíamos estar mais focalizados na família, que reclama com razão, e não estamos assim tanto. Com os amigos, que também reclamam com razão, e não estamos assim nada. Com o nosso projecto de carreira, que não reclama, mas como não estamos, reclamam os saldos bancários. Basicamente, fodemos tudo sem querer. E em alguns momentos acordámos. Porque isto também não é vida.
E como acordámos, posso dizer que está mesmo tudo bem (juro que este não é um momento de intenção de humor), juro que ainda não procurei nenhuma ponte nem tomo ainda Prozac. Provavelmente para alguns tudo isto pode parecer estranho. E peço desculpa por isso. Por não vos estupidificar (mais ainda) com os meus textos. É neste momento que estou de joelhos, de braços para o céu, tal Tom Cruise no Platoon. E me fustigo violentamente. Alguém me traga o Betadine.

Tudo passa(rá). Sei isso agora.

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