Monday, September 21, 2009

Li isto em algum lado e ao fim de uns dias a marinar faz todo o sentido...
(perdoe a fonte o copyright)

Toda a filosofia de uma vida assenta em 2 pequenas perguntas de 2 palavras: "why not" e "who cares".

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Wednesday, September 16, 2009

Hoje foi o 1º dia de escola para o meu filho. Acompanhei-o com todo o gosto à sala do 1º ano da maior escola do 1º ciclo do país. De qualquer forma eu teria que ir, mesmo que a profissão ou a minha crença educacional não o permitisse, já que transportei sensivelmente 7 quilos de material e ainda faltam os livros. Este socialismo da escola gratuita deixa muito a desejar. Uma resma de papel, sim 500 folhas, 4 cadernos a4, mais um para inglês, régua, aguça, cartolinas, papel de lustro, papel de cavalinho, tesoura, portfólio, capas de argolas, duas, capas de elásticos chatas, e das outras em forma de caixa, lápis de côr, lápis de cera, marcadores, micas, plasticina, dinheiro para fotocópias entre outros. Ora um Ministério da Educação destes sugere-me assim uma parceria da Adecco com a Remax. Uma coloca o pessoal e a outra arranja as lojas. Quem paga? Os utentes pagam os consumiveis todos, as editoras pagam o pessoal e a microsoft e a J. Sá Couto pagam a logística. Aposto que o recrutamento era melhor e as instalações incomparavelmente melhores.
Gabam-se de quê? Sim, porque até os conteúdos são a Porto Editora, a Asa e afins que os preparam. De colocar pessoal? Pois vos digo, o vosso pessoal fez a maior manifestação de contestação desde 1975. Vergonha? Sim. Deveriam senti-la, se a vossa profissão tivesse alguma quota de vocação e empreendimento.

Sermente (in Que belo 1º dia de escola com chuva e tudo....)

À semelhança do gosto por bacalhau, também o gosto pela política aumenta com a idade, só que esta como não se cozinha, cheira sempre muito mal.
Apesar da credibilidade na politica ser já uma tecla bastante gasta, eu vou continuar a bater nessa ré. As eleições não são mais que uma disputa de liderança (nacional), de um arremesso de perspectivas e soluções, resumidamente, de uma virtualidade não mensurável de futuro. Tão não mensurável como uma bolsa de valores que depende do "supõe-se que". Esta última já estourou por ser de alguma forma bem mais quantificável. Já a da política não estourou nem estourará porque todas as outras bolsas, inclusivé as dos politicos, dependem dela independentemente de ser a menos fiável.
Portanto, e como o bacalhau, a política quer alho...

Sermente (visão gourmet)

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Friday, September 04, 2009

Avante, que eles vão lá estar!

(a fazer a mala)

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Tuesday, September 01, 2009

Princípios, valores, isto e aquilo

Os princípios não deviam existir. Os princípios são uma mentira que repetimos até à exaustão de a tornar verdade. Os princípios impedem o auto-conhecimento. As pessoas não se conhecem. Passamos 24 horas por dia connosco, há mais de 20 ou 30 ou 40 anos e não nos conhecemos. Achamos que sim, porque temos princípios.

Os princípios são guias orientadores, convencemo-nos. É aquilo que achamos que achamos até ao dia em que acontecem. «Os meus princípios impedem-me de fazer isto ou aquilo», «isto ou aquilo vai contra os meus princípios», «em princípio, isto e aquilo». O isto ou aquilo pode ser um número indeterminado de coisas. Pode ser roubar, pode ser enganar, pode ser abortar, pode ser adoptar, pode ser egoísta ou altruísta.

Achamos que os nossos princípios tão presentes nos predizem o comportamento perante situações potenciais, previsíveis ou não. E juramos a pés juntos, que nos conhecemos tão bem, que se um dia A acontecer, farei B. Certinho direitinho.

Até que um dia, o dia chega. E, por uma série de variáveis que tentamos justificar para nós mesmos, A não resultou (im)previsivelmente em B. Porque choveu, porque o Porto jogou, porque qualquer coisa serve para querermos manter os nossos princípios, e para manter a ilusão que somos o que achamos ser. Mas não. (Tipo o machão que fecunda verbalmente a sua coragem e bravura, e que gela sem reacção perante a sua primeira situação de tensão. Ou o que diz que é incapaz de roubar, até ao momento que ele e os seus passam fome. Ou o que diz que será sempre fiel no voto ao Partido Socialista, até ao dia das próximas eleições).

Mas não. Porque a realidade é mais dura que a ilusão. Exige coragem. Gera consequências. Implica esforço. Viver inebriado pelos tais princípios, é mais fácil. Mais confortável. Permite-nos ser o que gostaríamos de ser. Troca-nos o auto-conceito pelo auto-ideal.
E apenas o nível de consciência que temos deste facto estabelece a fronteira entre estarmos a enganar apenas os outros ou a nós próprios também.

Há uns meses fiz uma certificação internacional em coaching. Sempre tive a ideia popular que o coaching era uma espécie de formação individual. A tradução possível seria «treino». Associava exclusivamente ao executivo e empresarial. Via os grandes empresários recorrerem a coaches para melhorar perfomances. Associava o coach a um mentor. Implicaria transferência de conhecimento. Aconselhamento. Os coaches eram gurus, portanto, que cobravam centenas de euros por hora em troca da sua superioridade.
Nada mais falso.

O coach apenas ajuda a reflectir com um conjunto de técnicas, em alguns momentos próximas mas sempre dispares da psicoterapia. Num extremo, um coach pode ajudar um coachee (cliente) a liderar melhor uma equipa, sem perceber nada de nada de liderança. O coach ajuda o cliente a identificar necessidades de melhoria ou a alavancar insatisfações. Só há uma premissa: o cliente de facto querer. Faz o cliente aperceber-se e enfrentar os seus verdadeiros valores. E motiva o cliente a estabelecer os seus próprios objectivos. Que podem ser, idealmente, completamente contrários aos do próprio coach. O cliente pode estar a atirar-se de um penhasco, a aspirar a algo que o coach do seu prisma condena, mas o coach ajuda. Porque o coach nunca dá uma resposta, apenas faz perguntas. O difícil para um coach é abstrair-se de ter opinião. E, nós, tradicionalmente, temos sempre opiniões muito fortes para tudo. Tenho um amigo, coach, que quando é contratado por uma empresa para fazer business coaching a um colaborador-director, com a finalidade de desenvolver o desempenho desse elemento, a pergunta que sempre faz à Administração é: «Tem consciência que o coaching é uma ferramenta de auto-ajuda e percepção e que, num extremo, o colaborador em que pretendem investir dinheiro neste processo pode concluir que esta não é a empresa certa para ele?».

Tudo isto para dizer que tudo o que uma pessoa faz, tem sempre os seus valores por trás. Imaginem o comportamento como a ponta do iceberg visível e os valores que sustentam essa pequena ponta é a enorme massa de gelo submersa. Às vezes, uma vida inteira sem os compreendermos.

E então temos valores inconscientes e/ou recalcados e temos pseudo-princípios comprados e treinados. Um processo de coaching neste ponto pode ser um choque. Porque traz à tona os nossos verdadeiros valores. Que por A+B concluímos que, de facto, são aqueles. E que, por isso, não podemos mais ter os mesmos princípios. Quando pensávamos que os princípios eram a verbalização dos valores, percebemos que são uma fraude.
E quebramos. Porque toda uma vida de falso conhecimento foi retalhada. Porque morremos para voltar a nascer e a morte traz sempre dor. E há que voltar a juntar os pedaços. Diferentes, derrotados, mas mais verdadeiros.

Tudo isto para vos sensibilizar, o resto foi retórica. E dizer que o coaching funciona, não é banha da cobra. Não é segredo. E funciona com a mesma eficácia na vida pessoal (life coaching). Ah! E para vos dizer que estou finalmente credenciado e cobro a mísera quantia de 50 euritos hora para amigos.

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