O Estado da Cultura Cinéfila

Conversa verídica da mesa ao lado na esplanada do Lais de Guia, protagonizada por um romântico e moderno casal: ele, típico segurança nocturno, negro escuro, feio, 1,90 de altura por 1,10 de largura, braços tipo sequóias. Contudo com ar ôco. Ela, uma beta loira produzida, daquelas que falam alto e fumam com o cigarro na ponta dos dedos, tipo antena. Tinham em comum o tal ar.

Preto: «Anda aí um filme muito fixe: Peter Pan. Só que não é desenhos animados.»
Loira: «Sabes que dizem que anda aí um filme novo muito bom. Parece que é feito pela filha do Coppola.»

Quase que me borrava todo com o café cuspido em chuveirinho, provocado por uma incontrolável e abafada gargalhada.

O Estado do Iraque

Mais umas palavras de génio, carregadas de humor, a que nos habituou o Presidente Bush: «A democracia está a nascer no Iraque. E todos os nascimentos são dolorosos.»

Acham que isto é doloroso? Então esperem até aos 15 anos de idade quando lhes tivermos de contar que são adoptados...

O Estado do Terrorismo

Isto é que vai uma açorda... atentados por todo o lado! Já não chegava Madrid, que foi fulminada não pelo seu própria terrorismo interno, patrocinado pelo grupo separatista basco, mas sim pelos grupos radicais islâmicos.
Engraçado, que a maioria das guerras tem origem na religião, sendo o território o bode expiatório. Isto deve significar qualquer coisa, nem que seja que a religião fede, facto que já me tinha apercebido há alguns pares de anos. A começar na islâmica a terminar na católica. Dizem os sociólogos que a cultura islâmica está 400 anos atrasada em relação à ocidental. Daí, a democracia não funcionar no Médio Oriente. Tão certo como não funcionar em Portugal e o 25 de Abril já foi há 30 anos. Já se esqueram como era a Europa na época Medieval? Se a matemática não me falha... em 1604? Alguém se lembra das monarquias absolutistas, do feudalismo e da Inquisição da Santa Igreja?
Desta vez foi a quadrilha de Bush / Sharon, a protagonizar um atentado terrorista em que desfizeram em trampa 8 palestinianos, incluindo o líder espiritual do Hamas, Ahmad Yassin. Ou será que eles por serem monhés não vêm as coisas desta forma? O capitalismo estará acima dos valores da Humanidade? Pena que a moda não pegue entre os árabes e em vez de estourarem inocentes, começassem a limpar o sebo a todos estes grandes líderes ocidentais, incluíndo o nosso peixe.
Ainda por cima, o homem era deficiente, por Cristo! O porteio do bar lá da terra tem uma cadeira de rodas tão antiga, que a poltrona já foi substituida por uma cadeira de plástico azul trazida de recuerdo do Estádio das Antas... E os israelitas mandam aquela cadeira luxuosa, com jantes especiais e ar condicionado, pelos ares? Que pecado.

O Estado da Evolução

De cada vez que olho para a cara de Durão Barroso me recordo em como Darwin tinha razão: mesmo antes de termos evoluído dos primatas, evoluimos todos dos peixes. Uns mais rápido que outros, é certo.
Só que a mim não me parece um cherne. É mais um... tamboril, já depois de cozinhado.

O Estado da Nação, do Benfiquismo e da Rendição

Não resisto em partilhar este texto originalmente escrito em árabe que encontrei num balde do lixo, juntamente com uma cassete vídeo que continha umas passagens do Corão:

«Depois de ver o Porto jogar, cilindrando o Manchester, tive pena de não ser do FC Porto. Infelizmente, sou do Benfica, o que cada vez mais me soa a defeito e a falta de inteligência. O pior é que estas coisas não se escolhem. Se Portugal fosse um bocadinho como a equipa do Porto, se não tivesse medo da concorrência, se corresse durante os 90 minutos que dura o jogo, se acabasse esgotado, tendo ganho ou não, se assumisse a derrota como uma falha e não como um erro do árbitro, das condições climatéricas e da relva. Se Portugal fosse um bocabinho assim, como são os do Porto, isto seria melhor. O problema é que Portugal é um país absolutamente benfiquista (por alguma razão somos 6 milhões) e para um benfiquista é pouco importante ganhar. O que é importante é ser do glorioso, ou pelo menos parecer. Um benfiquista é alguém que vive da aparência e da opulência de um passado cada vez mais longínquo, em que a lenda se confunde com a realidade, substituindo-a gradualmente. Os portistas vivem do presente. Vivem da vitória. A coisa é de tal forma que quando jogam com clubes portugueses eles já perdem metade do gozo e jogam a meio gás. O Portugal do Porto é melhor que o Portugal do Benfica, do Sporting ou dos emigrantes em Itália, Espanha e Inglaterra, cheios de madeixas no cabelo e tiques de pop-star de boys bands fugazes. Os do Porto, que infelizmente não são os meus, trabalham, correm e choram. Os meus, que são os outros, não. Fazem outras coisas. Nunca ganham é nada.»

O Estado do Manchester United 1-1 F.C.Porto

Mas afinal quem é que manda? Os machões perderam a eliminatória para a equipa das meninas, com um golo comprado no Feira Nova! Venha o Lyon!

Força Porto Allez!

O Estado Nem-Sei-Bem-De-Quê

Publicidade à parte: estou que nem posso! No fim de semana passado, apeteceu dar um pequeno passeio a pé, de modo a combater o sedentarismo. Saí de casa na Senhora da Hora e desci até Matosinhos. Chegado à praia, continuei em direcção à Foz, percorri a marginal do Douro até à Ribeira, subi para a Trindade. Apanhei o Metro e regressei à Senhora da Hora. Tinham-se passado seis horas e uns 18 kilómetros.

Terá sido nostalgia das festas de S. João da minha adolescência? Tenho de ter mais cuidado com a alimentação...

O Estado da Tradução

Queria prestar aqui uma homenagem aos senhores que baptizaram a versão legendada em português do filme Lost in Translation de Sofia Coppola. Realmente o título O Amor é um Lugar Estranho ficou perdido na tradução.
Fico sem certezas se as almas são uns génios ou uns idiotas.

O Estado da Crise

Qual recessão, qual quê?! Nunca se venderam tantos Viagras e pílulas do dia seguinte como agora. Para além disso, nos anúncios de jornais só se lê: «empresa em forte expansão», «líderes de mercado», «estratégia de crescimento»...

Se eu acreditasse nessa treta da crise, prevendo as saídas profissionais em alta, começava já a comercializar "Kits-Arrumador". Com barba e ponta de cigarro incluídos.

O Estado das Fábulas Neo-Renascentistas (2º Capítulo)

Na sequência do primeiro capítulo publicado a 12 de Fevereiro, então não é que a Snow White polinizou os Five Consultants, tendo dissolvido o Concílio e mandando-os trabalhar para a mina, obrigando-os finalmente a vergar a mola? Parece que ainda suavam o veneno da Bruxa Má, e a Branca de Neve tem um pituitária afinada...

Então e os finais felizes? Carambas...

Pois é, anõezitos, como já dizia a minha avozita: "fodestes-vos"! É que elas tocam a todos.