Sunday, February 29, 2004

O Estado das Precocidades e das Maratonas Sexuais

A Publica desta semana traz uma pequena notícia que se traduz numa enorme novidade. Inquitante para uns, tranquilizadora para outros. Passo a transcrever:

«Segundo o relatório Kinsey, 70% dos homens ejacula entre 30 segundos e dois minutos após a penetração. O tempo máximo de penetração é de 28 minutos e mantê-la mais do que isto constitui um perigo pois o sangue não se renova e os tecidos do interior do pénis podem ficar danificados ou mesmo morrer».

Ora meus amigos, a primeira frase é a tranquilizadora para os 70% com necessidades de auto-estima. Quanto aos restantes maratonistas e adeptos do sexo tântrico, cuidado... De salientar que este estudo não teve em conta os hiper-masturbatórios, bem como os adeptos do cyber-sexo e de outras frustrações.

Quanto a mim, já pensei escrever para a revista Maria... só para perguntar se é normal.

Thursday, February 26, 2004

O Estado do Carnaval

A pedido de várias famílias, permita-se-me opinar com algum atraso acerca da festa de Carnaval.
Um amigo meu, tão feio, tão feio, comprou um elástico e amarrou-o às orelhas fazendo-o passar unicamente por trás da nuca. Ganhou um fim-de-semana para 2 pessoas em regime de meia pensão numa Pousada de Portugal à escolha, num concurso de máscaras de um bar da Ribeira. Caricato é não ter existido consenso no júri... 2 votos em como era o disfarce de Frankenstein, 3 votos no Dumbo, 1 voto no Fernando Aguiar do Benfica.

Mais uma vez vi neste Carnaval a oportunidade desperdiçada para muitas pessoas da nossa praça tirarem finalmente as máscaras. Nem que fosse por um dia.

Friday, February 13, 2004

O Estado das Penhoras

Não se faz. Por ordem do Tribunal de Gondomar, foi levada a cabo a penhora do Bianchi Café Concerto, local de culto (dentro e fora do bar) dos jovens a este da cidade do Porto. Como cliente regular, apresento aqui o meu protesto.
Sugiro inclusivé uma recolha de 5000 assinaturas para levar à Assembleia da Republica, ou mesmo ao próprio Papa (antes que estique o pernilzito).
Abomino as superstições, mas isto a uma Sexta-Feira 13, foi um galo do caraças... será que as dívidas terão sido contraídas no dia dos enganos?

Thursday, February 12, 2004

O Estado das Promessas Futebolísticas

Há umas semanas atrás, aquando da morte prematura do malogrado Miklos Féher, ouvi promessas de um repensar do futebol português, de um acordar para os verdadeiros valores da vida, despertos pela própria morte.
Gostei particularmente das declarações repensadas do administrador da SAD sportinguista José Eduardo Bettencourt e de José Mourinho. Gostei também do diagnóstico clínico do guarda redes do Boavista na cidade berço.
Um luto à portuguesa.

O Estado das Fábulas Neo-Renascentistas

Ao jeito de Hollywood «Snow White and the Seven Dwarfs» tem uma segunda sequela «Snow White and the Five Consultants». Uma Branca de Neve na sua antítese: gorda como um barril, indumentária escura e carregada, personagem tipicamente Tarantino.
5 consultores substituem 7 anões. O Mestre, problemas de equilíbrio num velho com a doença de Alzheimer no seu esplendor. O Dunga, porque o design do focinho, os dentes à coelho e as orelhas, dizem tudo. O Soneca, porque é pasmacento, tem olheiras e ar confuso. O Dengoso, porque é um escova e um lambe-rabos. E o Feliz porque tem a mania do positivo e canta.
Os seis sentados à volta de uma mesa, conduzem um Grupo Têxtil nacional. A bruxa má, magra como um caniço, mantêm-se à espreita envolta numa aurea de misticismo.

O Estado do Saudosismo

Tenho pensado bastante no que será feito do Alf... aquele alien peludo e anão que batia com a mãozinha na mesa sempre que algum anormal da família típica americana lhe coçava a cabeça. Valha-nos o Google com os seus 1.480.000 resultados em apenas 0,08 segundos.

O Estado do Arrependimento e do Adormecimento Cerebral

Quero formalizar um pedido de desculpas e apresentar um sincero Mea Culpa. Num post passado mais ou menos recente, questionei o QI dos meus progenitores.
No entanto, reconheço que a experiência é um posto, apura o sentido prático e vê soluções simples em situações extremas. Tudo isto para desculpar a minha própria azelhice.

Tendo aderido a uma nova fase de vida, e pertencendo agora à classe dos unidos de facto, tenho andado com a minha mais que tudo a experienciar as tarefas domésticas que até então me eram desconhecidas. Vai daí, nas últimas 3 semanas temos pensado em descongelar o combinado.

Primeira fase, viagem aos arrumos na procura do manual de intruções do bicho. Segunda fase, pesquisa do capítulo «Como descongelar a arca». Parágrafo primeiro: «desligue o combinado da tomada eléctrica antes de iniciar qualquer operação seguinte». Acontece que o combinado é encastrado no móvel, ficando a tomada mesmo por trás do raio do aparelho... a única solução é desaparafusar este enorme do móvel e arrastá-lo! Raios, que g'anda gadelho vai ser... «Tens a certeza que já ganhou muito gelo?» «É... deixa ficar para já!».

Ontem passei por casa dos meus pais e contei a peripécia, já levemente esperançado de alguma solução milagrosa ou pelo menos da oferta de mão-de-obra. A minha mãe fica a olhar para mim estarrecida e indaga: «Porque não desligas o fusível das tomadas da cozinha no quadro geral?».

Sem mais comentários. Reduzo-me às minhas limitações.

Friday, February 06, 2004

O Estado das Falhas de Comunicação - Parte 2

Como responsável de Recursos Humanos num Grupo de PME's, queria reforçar mais uma vez a importância dos pormenores na comunicação, de modo a que se minimizem boatos capazes de arrasar climas organizacionais. Para que o que a seguir vou descrever seja evitado noutros contextos.

A Filipa (nome fictício de cara tapada e voz distorcida) é uma colaboradora natural da zona da Serra da Estrela, que aquando das suas férias, enviou por correio um queijo da serra, disponibilizado na sala de convívio para degustação de todos os colegas.

Comentário acabado de ouvir três semanas após o evento: «Toda a gente aqui comeu o queijo à Filipa». Faça-se a correcção: não é -à- mas sim -da-. O pormenor faz toda a diferença, e a diferença de efeitos pode ser arrasadora.

O Estado das Falhas de Comunicação

- Onde vais?
- Pá, vou ver o "21 gramas".
- Ei, traz para mim também!...

(qualquer semelhança com a realidade poderá não ser pura coincidência)

Tuesday, February 03, 2004

O Estado do Berço da Nação

Bracarense de nascimento, longínquas são já as minhas memórias do clássico Guimarães - Braga em futebol em que elas bufavam como deve ser. O pulsar do povo do Baixo Minho no seu auge, pancadinha de criar bicho. Já na época, as senhoras pensionistas lançavam os seus vasos florais decorativos, da varanda do 1º andar, em direcção do povo visitante à cidade berço. Quem corria e fugia desalmadamente pelas ruas abaixo da zona histórica, era subitamente sugado para o hall de entrada de uma qualquer moradia germinada, provando logo ali no conforto do lar a hospitalidade vimaranense, ministrada com gosto por toda a família acolhedora.

Daí que não compreenda a estranheza gerada, resultante dos últimos acontecimentos no novo estádio D. Afonso Henriques. Acontece que o antigo monarca, habituado à pacatez dos domingueiros pequeniques que perenigravam em frente à sua estátua, não gostou de ver o seu nome associado ao mundo conspurcado e atribulado do futebol.

Vai daí e não teve com meias medidas: fez o aviso no dia da sua inauguração, em que pela primeira vez desde que foi constituído o Condado Portucalense, o povo lusitano-à-beira-mar-plantado aplaudiu os nuestros hermanos, numa batalha (neste caso, futebolística) contra os nossos (neste caso, larilas) guerreiros. Foi muito mau o presságio.
À segunda, não esteve pelos ajustes, e em pleno relvado, desembainhou a espada e tombou um recem-convertido mouro, ao bom jeito da reconquista.
Não tendo feedback nas suas reclamações, à terceira foi o bom e o bonito, chapada para cima, cadeiras para baixo! E desde já vos digo: outras chagas vêm a caminho...

Não poderia ser melhor escolhido o berço de Portugal. Venha o Euro 2004. Não há hooligans que nos façam sombra.