Thursday, April 29, 2004

O Estado do Brinde

João Paulo II, na última cerimónia religiosa no Vaticano, erguendo tremulamente o cálice:

«À vossa saúde que a minha já era...»

O Estado da Memória

«Joãozinho, como é que se chama aquele senhor alemão que deixa sempre tola?»
«Alzheimer, avó, Alzheimer...»

O Estado do Alargamento Europeu

É neste mês que em breve se inicia que entram de rajada 10 novos países de Leste na União Europeia, a abarrotar de mulheres tolas! Ninguém se parece lembrar disso, mas há já muito "zé-portuga" a lambuzar-se.

Sunday, April 25, 2004

O Estado do CAMPEÃO

Ele há coisas... então não é que a festa dos adeptos do FCP pela conquista do 20º título nacional, teve fogo de artífício de fundo (que por acaso era dedicado aos 30 anos de liberdade) patrocinado pelo mal-amado Rui Rio?

O Estado da Vingança

Ninguém me tira da ideia que o nome de Paulo Pedroso no processo Casa Pia teve dedo de direita. Assim, como as 23 acusações a Valentim Loureiro de corrupção, tráfico de influências, etc., teve uma mão inteira socialista... Amor com amor se paga.

O Estado da (R)Evolução

Dia 25 de Abril marcado pelo discurso crítico de Jorge Sampaio ao Executivo. Grande Homem! Os sociais-democratas saíram do Parlamento com uma tromba, que nem parecia dia de festa. Não sei se por isso, se pela data. É que por muito que queiram fazer do dia um dia de evolução, atenuando o saudosismo que essa bela época lhes proporciona, o povo não esquece que o dia é mesmo de revolução.

Tuesday, April 20, 2004

O Estado da Selecção Natural

Todas as manhãs a gazela acorda e sabe que terá de correr mais que o leão se quiser sobreviver. Todas as manhãs o leão também acorda e sabe que terá de correr mais do que a mais lenta das gazelas para poder comer e, assim, sobreviver.
Não importa se és leão ou gazela. Mas assim que nasça o sol, é bom que comeces a correr.

Monday, April 19, 2004

O Estado da Sociedade Capitalista

E já que estou numa de citações alheias, partilho a soberana, o supra-sumo, o nirvana das citações literárias modernas, na qual me revejo na sua plenitude. Irvine Welsh in Trainspotting:

«Choose life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television. Choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers.... choose DIY and wondering who the fuck you are on a Sunday morning. Choose sitting on the couch watching mind-numbing, spirit crushing game shows, stuffing junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing your last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life.... But why would I want to do a thing like that?»

O Estado da Religião

Até um ateu como eu, por vezes, se deixa encantar com certas visões pseudo-religiosas. Como esta, de Al Pacino (John Milton) in "The Devil's Advocate":

«Let me give you a little inside information about God. God likes to watch. He's a prankster. Think about it. He gives man instincts. He gives you this extraordinary gift, and then what does He do, I swear for His own amusement, his own private, cosmic gag reel, He sets the rules in opposition. It's the goof of all time. Look but don't touch. Touch, but don't taste. Taste, don't swallow. Ahaha. And while you're jumpin' from one foot to the next, what is he doing? He's laughin' His sick, fuckin' ass off. He's a tight-ass. He's a sadist. He's an absentee landlord. Worship that? Never.»

Friday, April 16, 2004

O Estado da Polícia

Esta semana, um cidadão ucraniano legalizado, residente e trabalhador na cidade de Braga, dirigiu-se ao supermercado Feira Nova para fazer compras. Na caixa, ao tentar descontar um vale de vasilhame noutras compras que não cerveja, não conseguiu estabelecer uma comunicação efectiva com a sopeira devido a dificuldades linguísticas. Num acto xenófobo, foi imediatamente chamada a PSP a intervir. O homem foi levado para a esquadra e, sem perceber muito bem porquê, foi violenta e repetidamente agredido por vários agentes, tendo para provar as marcas do corpo. Porque o relatório médico do hospital, curiosamente, desapareceu.

Este facto não foi noticiado, é do meu conhecimento pessoal. Não é a primeira nem a última vez que acontece. Em termos ainda pessoais, é no mínimo a 20ª vez que tenho uma história triste para contar. Neste caso, movidos pelo racismo, noutros casos apenas pela elementar estupidez que possuem a fardos os agentes da polícia. E depois com ironia as altas patentes falam em projectos para promover a aproximação entre cidadãos e polícia. Desses filhos da puta quero eu distância. Corruptos, vigaristas, bestas, animais. Servem para "autuar" os automobilistas, chatear os putos que fumam uma ganzas e desancar em quem lhes apetece. Bando de cobardes. Tenho uma amigo que é steward (segurança privada dos estádios de futebol), força criada pelo Governo prevendo a incapacidade da PSP para travar o hooliganismo, e avaliando assm desta forma a mesma. E em tanta merda feita pelo Governo, nesta aqui acertou. É que esse mesmo amigo me contou que a corajosa polícia que enfarda nos desgraçados na esquadra, em inferioridade numérica, fugiu dos adeptos do Manchester tendo de ser os stewards a controlar a situação...
A bófia desperta-me o ódio e a repugnância. Acredito na justiça deste mundo, não do outro, na justiça dos homens à moda antiga. Onde tudo se paga, mais tarde ou mais cedo. Por isso, espero pelo dia em que apanhar um destes numa passadeira bracarense. Nem que o carro tenha acabado de vir de pintar.

Se tiverem a mesma opinião, manifestem-na directamente: Vara dos Porcos PSP

Thursday, April 15, 2004

O Estado da Pós-Democracia

Preparemos nos próximos tempos para os muitos artigos, textos, livros e debates que surgirão acerca deste novo conceito: a pós-democracia.

O filósofo Richard Rorty, pensador que se define como «burguês liberal e romântico», não sendo propriamente um suspeito e vulgar guru do esquerdismo ou da anti-globalização, publicou na revista inglesa London Review of Books um artigo que nos fala disso mesmo, de uma forma simples, rigorosa e intelectualmente honesta.
Segundo o mesmo, a guerra contra o terrorismo terá consequências bem piores que o terrorismo em si. A sua ameaça mais séria para o Ocidente é o fim das instituições democráticas que garantem o gozo das liberdades. Já aconteceu inclusivé nos Estados Unidos com a aprovação da Lei Patriótica e em Inglaterra com a Lei da Segurança, Anti-Terrorismo e Crime. Foram reacções a ataques terroristas com armas convencionais (sim, os aviões comerciais também são entendidos aqui como armas convencionais). Dentro de alguns anos, será possível comprar no mercado negro uma arma nuclear de destruição massiva do tamanho de uma mochila, fabricada no Paquistão ou Coreia do Norte. Para combater este terrorismo, é de esperar que os estados democráticos exijam poderes para a sua prevenção. E é natural que os cidadãos aceitem a concessão, em prejuízo das suas liberdades individuais. Ou seja, no final deste processo a democracia estará transformado em algo mutado, numa pós-democracia. Talvez não exactamente uma ditadura militar ou um estado totalitário, nem sequer um Big Brother, mas antes «um despotismo relativamente benevolente, imposto pelo que viria a tornar-se, gradualmente, uma 'nomenklatura' hereditária».
O mesmo autor defende que a única forma de o evitar é não cedendo ao terrorismo e não permitindo aos Estados a cultura do secretismo, substituindo-a pela força da opinião pública. Caso contrário, os historiadores terão um dia de explicar porque razão a democracia ocidental não durou mais que uns míseros 200 anos.

Thursday, April 08, 2004

O Estado da Hipocrisia

Tira-me do sério a hipocrisia norte-americana. Faz-me lembrar aquelas situações curriqueiras e usuais que acontecem na vida do comum dos mortais, em que alguém nos conta uma história ou situação completamente empolada ou alterada, e nós porque conhecemos demasiado bem o interlocutor, sabemos que não foi bem assim e sentimos e adivinhamos do fundo da alma a situação real. Mas calamos e fazemo-nos de burros para não levantar ondas. E o interlocutor acredita que somos mesmo assim burros, o que significa que o burro não somos nós. É complicado e triste. A uma escala mais elevada, chama-se política.
No caso americano penso: o povo não é muito certinho. Anualmente, são emitidas 30 milhões de receitas médicas com anti-depressivos, estando o Prozac a ganhar ao Zoloft a corrida pela liderança de vendas. O triplo da população portuguesa ou 3 cidades de Nova Iorque. Também foi noticiado à dias que 23% da população portuguesa consome ansiolíticos (Lexotan, Valium...), no entanto há uma diferença: o português mete um calmante para suportar o fardo e o fado, o americano já quer é andar feliz.
Depois, não possuem uma democracia em que as bestas por serem maioria governam, transformando o Estado numa República de Bananas, em que tudo é proibido mas depois ninguém fiscaliza e portanto ninguém cumpre. Por exemplo, os impostos. Toda a gente mente nos impostos, incluindo os párocos. Até eu! O próprio Estado espera isso de nós, o contrário é anti-natura. Do outro lado do Atlântico é diferente. A besta é só uma e a ditadura moderna governa. Pode ser uma merda na mesma, mas é mais apuradinha. E perigosa, porque a besta é poderosa e não precisa de andar a lamber rabos como o nosso cherne. E ninguém ronca senão tem de levar em cima com os USSS, CIA, FBI e Cª. Exemplo primeiro: O monga deu-se ao luxo, qual sultão das arábias, a resolver um problema edipiano do clã Bush, ao terminar o trabalho no Iraque que o seu pai não tinha conseguido, provando a sua parca masculinidade. Segundo: Existe nos EUA, uma censura talibã, em que a irmã do pedófilo nem sequer pode mostrar uma mama massacrada pela lei da gravidade, sem que isso tivesse chocado o povo que menos sexo pratica no planeta, mas que maior material pornográfico produz para consumo interno. «Parental Advisory Explicit Content» é um símbolo americano. Eu chamo-lhe falso moralismo. Terceiro: Foi a única nação que até hoje utilizou uma bomba atómica... e tem a lata de ser o polícia do mundo a nível nuclear (e económico também): os outros é que são tolos e por isso não podem ter nas mãos tamanho poder e capacidade de destruição. Quarto: a seguir à China, são a nação que mais pessoas condena à morte e executa por ano (deve ser por isso que têm tanto respeitinho aos chinocas). Por outro prisma, são fiéis e acérrimos defensores do moralismo cristão anti-aborto.

É tudo tão evidente, e eles continuam a achar que os outros seres inferiores não percebem o seu carácter. Os outros são os burros...

Wednesday, April 07, 2004

O Estado da Informação Turística

As agências de viagem são sempre a mesma merda, nunca informam de nada importante. Em vez disso, ficamos a saber a priori que o hotel tem ginasio e o quarto tem secador de cabelo.
A minha próxima viagem terá como destino Amsterdão, capital mundial da liberdade social e cultural. Fica aqui, desde já, relevante informação turística.

Tuesday, April 06, 2004

O Estado do Profissionalismo

A falta de profissionalismo em Portugal é de tal forma que há inclusivé quem a considere já, mais que uma característica, uma virtude nacional. Algo que sem dúvida diferencia esta nação do resto da Europa (para além dos evidentes PIB e défice).

Não há melhor exemplo: Portugal é um país tão pouco profissional que até as prostitutas têm orgasmos.

Friday, April 02, 2004

O Estado da Verdade Informática

Se fizermos uma pesquisa no Google, utilizando a palavra estúpido, o primeiro resultado é o portal do Governo com a biografia de Durão Barroso.

Ao pirata informático responsável pela verdade suprema, os meus sinceros parabéns!