Sunday, September 12, 2004

O Estado do Destino

Quem me conhece sabe que sou um ser céptico, empírico e de natureza lógica. Ateu em termos religiosos, descrente em termos esotéricos, incrédulo em termos místicos. É uma existência pouco pacífica, alheada das vantagens mentalmente reconfortantes da fé, mas coerente na minha visão de vida e morte.

Há dias ouvi num café uma discussão, entre um grupo de amigos, acerca do destino e do facto de este estar ou não superior e previamente traçado para cada um de nós. Os argumentos debatiam-se, qual "Vidas Reais". Obviamente não intervi em tão superior tertúlia, mas queria aproveitar para opinar neste espaço e escrever algo de inteligente pela primeira vez neste blog.

O destino é obviamente construído por cada um de nós no dia a dia. Esta é a opinião esperada de qualquer céptico. Contudo, mais do que isso, acredito que, na sua essência, a vida resume-se a 5 ou 6 dias. Dias esses em que tomamos decisões, conscientes ou nem por isso, que afectarão todo o restante percurso. Os restantes dias mais não são do que um misto de acarretar consequências dessas decisões e passar de tempo. Aposto que com um pouco de introspecção todos nós olhamos para trás e conseguimos distinguir alguns desses dias.