O Estado da Época Natalícia
Período consumista, luzes parolas, frio do caraças, quotidiano alterado. Altura de perdão, de apoio à família tantas vezes preterida, esquecimento do défice, desaparecimento da Manuela Ferreira Leite dos telejornais (por mim era igual ao litro, desde que nunca tirasse a roupa). Tanto de mau como de bom.
Por maior que seja o descontentamento com a carga ou com a palha, no Natal o Rodolfo não promove greves junto das renas.
Há quem se sinta pior do que eu com a quadra. Um conhecido, ao ver dois miúdos na rua vestidos de Pai Natal, berrou-lhes: «Um de vocês é um impostor!». É certo que o trauma ficará para sempre no inconsciente dos putos, mas isto é verdadeiro amor pelo espírito natalício.
É obrigatoriamente altura de balanço. Dois devaneios generalizados me ocorrem... Este ano é que há burros, o que nos vale é o ano estar a terminar. E uma última mensagem natalícia a todos os nossos governantes e directores: é um fado as senhoras vossas mães serem umas putas, unicamente porque os senhores são filhos delas. Um Feliz e Santo Natal.