O Estado das Pessoas nas Organizações
Fui assaltado por um pensamento esta manhã quando assistia como convidado a uma qualquer conferência na área da Gestão de Recursos Humanos, daquelas feitas em hotéis, com bolinhos e sumo, em que as consultoras convidam os seus clientes para dar graxa, confraternizar, criar conhecimentos (leia-se futuras redes de influência) e dizer mal dos que faltaram.
Como sempre, o tédio e a ressaca foram combatidos contando o número de vezes que os oradores repetiam os termos em voga: gerar mais-valias (37 vezes), sinergias (29 vezes), gestão de mudança (17 vezes). O bingo saiu logo à bola 35!
De modo a massajar o ego da maioria dos participantes, ego esse massacrado pelas sucessivas frustrações de cariz sexual e/ou libidinoso, muito se falou na importância dos recursos humanos e na sua correcta gestão, sendo este o recurso mais precioso nas organizações. Obviamente, concordo com a teoria. Só é pena os teóricos e visionários, iludidos pela sua arrogância, não saberem a posteriori como implementar tão belos pensamentos estratégicos, não terem a mestria de motivar e delegar em cascata os tais recursos, nem serem capazes de prever entropias óbvias.
Mas isso é outra missa. O que queria partilhar é que foi neste contexto que o meu limitado cérebro sofreu uma violenta sinapse: se os recursos humanos são o capital mais rico das organizações, porque raio sempre que uma empresa reduz os seus efectivos, as suas cotações em bolsa sobem em flecha? Estranha matemática...
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