Luis Filipe Menezes: «Estamos a transformarmo-nos numa espécie de Chicago dos anos 30»
Esta afirmação foi, obviamente, na sequência das recentes mortes na noite portuense. Eu tenho uma opinião ligeiramente diferente.
Acho natural a comunicação social empolar os casos, porque vivem disso. Mas quando é um Presidente da Câmara a fazê-lo, ainda que com intenção de aproveitamento político, parece-me irresponsável, ignorante e imponderado, por um lado, e sinal claro de incompetência por outro. Ignorante porque a noite do Porto nunca foi de meninos de côro e não acho que esteja hoje mais perigosa que no passado. Irresponsável porque, com a divulgação da cultura de medo, apenas se está a promover que deixe de ser frequentada pelo cidadão comum, tornando-se cada vez mais um antro exclusivo de criminosos. Sinal de incompetência, porque uma das mortes foi no seu próprio concelho.
Desde o caso Mea Culpa, que, quem ainda não o tivesse sentido na pele, já percebeu o poder mafioso e rivalidades territoriais da chamada segurança privada. Por mim, o cenário actual não é problemático. Os clientes passam ao lado da confusão enquanto os gorilas se matam uns aos outros. De cada vez que um tomba, é menos um a temer. E haja a esperança que a lei da selecção natural, com chumbos de 9 mm, leve aos poucos à extinção da manada.
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