Tuesday, April 03, 2007

Finalmente notícias da enviada especial do Estado da Coisa na Madeira

«Welcome to Madeira island

Cheguei á 1h da manha á madeira. Primeira impressão.... Linda... A vista do avião da ilha da Madeira é absolutamente deslumbrante.... A caminho de casa, apercebi-me que a ilha tem uns acessos rodoviários muito bons... Pensei: "nada mau...". Tinha os meus ouvidos a estalar mas pensei que ainda seriam repercussões da viagem de avião Mas com o passar dos dias apercebi-me que eram os túneis e a altitude da ilha que me lixavam os ouvidos... e ainda sinto os ouvidos a darem de si... Principalmente nos túneis de 2 e 3Km.
Bem mas para vos dar uma ideia concreta do que é viver na madeira, vou por partes:

Viver no funchal
Muito melhor que no continente, as pessoas que trabalham cá raramente ganham menos que 500€ aliás dão-se ao luxo de recusar trabalhos porque acham que é pouco. Estamos em Abril e está cá uma tosta. Até já me apeteceu ir para a praia. E é maravilhoso acordar de manha, abrir a janela e tomar o pequeno almoço com uma vista linda para o oceano com diferentes tonalidades de verde e azul. Se quiser ver neve basta-me ir ao pico do arieiro (acho que é este o nome) ou ver vales profundo no meio de montanhas lindíssimas vou ao Curral das freiras. Se te apetecer uma praia de águas quentes, areia fina e tropical tens Porto Santo a 2h numa magnifica viagem de barco. Eu costumo dizer que num só dia podemos sentir as 4 estações do ano.

Os homens
ZéZé Camarinhas versão Madeira acreditem que a palavra tunning ganhou um novo significado para mim. São básicos, limitados, cornos mansos e um ego bastante massajado. Espero que a nova geração mude. Se bem que eu tenho as minhas duvidas. Sinceramente não me surge nada de positivo. Claro que devem haver excepções à regra, mas infelizmente ainda não vi nenhuma.

As mulheres
Há muitas... Muitas mesmo... eu diria uma média de 5 mulheres para 1 homem. São bonitas na sua generalidade, bem arranjadas mas, fúteis, desesperadas por um homem que case com elas e que depois passam a vida a por os cornos porque casaram com o primeiro que lhes apareceu á frente. Ou então solteironas que andam aos trios pela noite á procura de companhia. Há uma competição desenfreada entre o mulherio, principalmente se tiverem sotaque do continente. Um exemplo: Numa festa de um amigo meu do continente que também está cá a trabalhar. Estavam 4 raparigas madeirenses e mais ou menos 6 rapazes do continente. Nenhuma delas me ligou nenhum, nem por ter sido eu a tratar de tudo prá festa. E no fim da noite 2 acabam em grande salgalhada por causa de um deles. Tem uma lata tão grande a ponto de se fazerem ao meu namorado mesmo á minha frente, o que até teve a sua piada. ( ver o meu namorado receoso que eu ficasse chateada e que pensasse que ele estava a ser receptivo as investidas da menina ). Parte de mim até as compreende, dado á grande escassez de sexo masculino.

Bem, tirando o que já disse acima, o sotaque horrível que parece uma mistura de cigano com alentejano, a lentidão generalizada da pessoas (provavelmente devido ao clima quente) e alguma discriminação visto que eles ressentem-se bastante por virmos trabalhar para cá. Já ouvi bocas do género: " não existem jovens na madeira que saibam fazer o seu trabalho?" e só me apetece dizer: " Até existia se não fossem tão burros, pouco esforçados e nada trabalhadores..." Querem todos trabalhar para o governo, para não fazerem nenhum. Outros exemplos: Um café grande com cerca de 8 empregados amontoados atrás do balcão na risota todos divertidos. As mesas cheias de gente... e ninguém... mas mesmo NINGUÉM vem-nos atender...);

Posto de tirar bilhetes para o autocarro. Vou para uma fila de peço um horário, estou a vê-los lá dentro mesmo ao alcance da mão dele. Dizem-me que não é nesta fila que tenho que me dirigir ao outro lado. Respiro fundo e dirijo-me ao outro lado, mas não está lá ninguém. Apenas um senhor do lado de fora a conversar com os motoristas. Digo-lhe que queria um horário e ele disse que o responsável já vinha. Espero uns 15min. E não é que o homem que esteve cá fora na treta com os colegas a quem eu me tinha dirigido, entra lá dentro e me pergunta o que queria. Não sabia se virava costas ou se o insultava ao bom jeito nortenho.

Mas apesar de tudo, estou a gostar da experiência. Não me sinto sozinha porque tenho cá amigos e o meu namorido. Embora sinta falta de companhia feminina (porque aqui as gajas não me ligam puto). De ir a concertos decentes. De estar no meu tasco com ao meus amigos... Da minha família... Dos meus cães.... Enfim o normal...

Este é o meu ponto de vista, não quero que algum madeirense me interprete mal... Desculpem lá mas é assim que vos vejo e não sou a única. Se algum dia vir mudanças serei a primeira a dize-lo. A todos os continentais, venham visitar a madeira porque é um jardim muito bonito e deixa qualquer Português orgulhoso por ter uma ilha tão bonita.

Um beijo e até já...»


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