Para a obtenção duma boa qualidade de fumo, utilize papel de fumar da mesma marca
Desde quinta-feira que ando a fumar tabaco de enrolar, bem sei que parece mania de gajo de esquerda. Comprei um saco de tabaco, marca Águia, um livro de mortalhas (novo, mais pequenas), filtros médios e uma mini máquina de enrolar.
Vantagem 1: esse saco durou até hoje de manhã, mudei de marca e experimento agora Detroit. Tendo em conta que: a) há 10 anos que queimo um maço Marlboro Lights por dia; b) o preço do saco é sensivelmente o mesmo do maço de tabaco; c) o saco durou 3 dias e meio; festejo uma quebra de custos de aproximadamente 66%. 71% se não contabilizar o custo pontual de mortalhas e filtros. É que nem as políticas de direita do Sócrates.
Vantagem 2: como disse, habituei os pulmões a 20 cigarritos por dia. Como o meu maior pecado capital é a preguiça, verifico que reduzi o consumo para cerca de 8 a 10 cigarros / dia, o que representa uma folga pulmonar na ordem dos 50 a 60%. É que sempre que me apetece fumar, lembrar-me que tenho de construir o cigarro, já penso duas vezes. Além disso, não fumo a conduzir nem em reuniões de trabalho. Pode ser mania minha, mas acho que não cai lá muito bem puxar do material e fazer o paiva ali em frente aos senhores directores. Não sei se pela chafurdice do tabaco espalhado pela mesa toda, se pelo lamber da mortalha.
Vantagem 3: poder juntar num cantinho do saco do tabaco umas ervas aromáticas, e com a maior descontração, apreciar a mistura em pleno restaurante matosinhense num jantar de amigos, a beber uma cerveja num bar portuense da moda ou em casa em frente à sogra. É uma sensação de liberdade transcendental, e apenas requer algum sentido de proporção para não alertar pituitárias mais treinadas.
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