Afinal não se chamam mesmo ex-colónias?
Isto das ex-colónias cria-me um certo azedume. Andámos em guerra e fomos corridos de África, porque o povo local queria a independência, tudo certo e justo. Mas quando é preciso ajudar economica ou humanitariamente, vem sempre à baila esta história da responsabilidade acrescida do país irmão. Não percebo nem dou para este peditório.
Agora com Timor, caso semelhante. Lenços brancos, independência da Indonésia, guerrilheiro Xanana Gusmão transformado em herói e festejos como se aquilo fosse nosso. Movimento em nome do que o povo aspirava: paz e liberdade, tudo certo novamente. Portugal ajuda na organização e reconstrução posterior. Enquanto foi preciso.
Curiosamente, quando foi de negociar o petróleo, Timor lembrou-se de ENI e não da Galp. Quer dizer, quando podemos ganhar algum, onde está o laço de sangue?
Os valores paz e liberdade foram agora esquecidos em Timor e estourou a crise, com o povo à bofetada por estupidez pura. Ontem, o agora presidente Xanana pede auxílio a Portugal, solicitando ao país irmão o reenvio da sua GNR.
Eu utilizo as palavras de Ricardo Pereira, o Gato Fedorento, no seu sketch de "O Gajo de Alfama": «Aquilo é um povo que só tá bem àrrebentar!»
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