O Estado da Lata
Não há maneira de eu conseguir me desiludir mais com a classe política. Já bateu no fundo à muito. Atinge a proporção do ridículo vê-los a guerrear entre si pelo prazer de ser do contra independentemente dos ideais de cada um. Porque já concluí que não há ideais. Há apenas ideias momentâneas que alguém tem, e os outros todos parcos de capacidade analítica assumem a proporção automática do contra. Algum tempo volvido, os protagonistas mantêm-se trocando os papéis.
Senão vejamos, ouço na rádio que a JS propôs um projecto de liberalização das drogas leves, baseando a sua teoria na separação de mercados e na liberdade individual. A JSD remeteu-se ao silêncio, não comentando, quando foi uma das bases da descriminalização e anterior defensor desta ideia. O silêncio menos mal e compreende-se o não querer dar o braço a torcer.
Agora o hilariante foi a posição da JCP vindo a praça pública manifestar-se contra, alegando que a comunidade científica não é consensual relativamente aos efeitos maléficos ou não das mesmas. Haja lata… exceptuando talvez a sede do Bloco de Esquerda, não imagino nenhum local em Portugal onde a concentração de produtos canabinóides por metro quadrado seja superior à verificada nas festas do Avante.
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