Uma súbita vontade de emigrar...
A não perder a reportagem no Notícias Magazine, edição 701, de 30.10. Um retrato da família Sedatti, 5 irmãos camponeses da província de Ketama, norte de Marrocos, que vivem da plantação, transformação e comercialização de... quase 2 toneladas anuais de cannabis, em árabe kif. Trabalham 5 meses por ano neste processo, os restantes 7 vêm as plantas crescer! Têm 12 ou 13 clientes, a quem vendem entre 100 a 200 quilos cada sob a forma de erva, ovos, polen ou haxixe (um dos clientes é português, revelaram!).
Não saem nunca da montanha (um deles foi uma vez a Casablanca). Não vendem a ninguém o sputnik (primeiras gotas de cannabis puro), que são para consumo próprio.
Um pequeno excerto deste quotidiano: «Assim que acorda, Leilah Sedatti, 24 anos, corre a ir buscar um balde de ração para alimentar as galinhas. Agarra os grãos de cannabis e atira-os ao chão. As aves apressam-se a debicar o alimento e, passados 10 minutos caminham de um lado para o outro a ritmo inconstante, tropeçando umas nas outras como se estivessem embriagadas. O espectáculo, hilariante para os olhos ocidentais, é encarado com naturalidade: "Este é o melhor condimento do mundo e poupa-me trabalho. Já quase nem preciso de temperar a carne quando guiso um frango".»
NDR: apesar do aparente desperdício, aposto que não há H5N1 nem sequer glaucoma que pegue a estas galinhas.
Se alguém precisar de fazer a rodagem ao carro, o melhor caminho é ir até ao Algarve, seguir para Sevilha e depois Algeciras. Apanhar o ferry para Ceuta (30 minutos, 60 euros com carro), atravessar a fronteira (passaporte válido por seis meses), seguir para Tetouan, continuar para Chefchaouen e por fim subir a montanha para Ketama. 225 quilómetros de percurso marroquino. É como ir e vir comer um leitão à Mealhada!
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